segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Essa tal dieta

Engraçado como funciona essa coisa de dieta.
Eu comecei há uma semana um programa de alimentação saudável que não só entrega todas as minhas refeições diárias, como essas refeições das primeiras duas semanas são livres de lactose, glúten, industrializados, refinados, etc etc etc....
Tudo vem preparado com amor e separados em embalagens rotuladas, café da manhã, almoço ou jantar.

Fiquei fã.
Está sendo a coisa mais prática que pude fazer pela minha alimentação.
Mas não tem sido fácil e isso me lembra que hoje é segunda, logo eu tenho grão de bico no almoço.

Mas o engraçado é que quando eu vi meu suco verde essa manhã eu fiquei feliz!
E daí senti vontade de escrever.
Eu nem sequer tomei café da manhã no fim de semana, mas hoje estava ansiosa pelo meu suco verde.
Essa tal dieta.....Vai entender!

domingo, 18 de outubro de 2015

Eu não consigo te dizer adeus

Esta semana fez 6 meses que meu pai se foi.
Fazem seis meses que não ouço sua voz, que não vejo seu sorriso ou sequer suas postagens divertidas no facebook.
Eu não tenho nem coragem de olhar o facebook dele, algo que sabiamente deletei.

Há alguns dias uma pessoa próxima me perguntou como eu conseguia estar tão forte e lidar tão bem com a morte de meu pai.
Na hora fiquei tão atônita e respondi alguma coisa em automático seguido de um sorriso pela metade.
Mas eu queria ter respondido a verdade.
Uma verdade que ando inadvertidamente guardando só pra mim.

Eu não consigo.
Eu não estou forte nem sequer lidando bem com a partida dele.
Nos últimos tempos, eu entrei no modo automático do "a vida continua"...

Eu não falo tanto dele nas redes sociais, não lamento tanto com fotos e lágrimas, não tatuei nada em memória dele no meu corpo.
Também não fiz uma jóia com um pouco das cinzas dele para que ele ande sempre comigo.
Eu não me importo em nada com o fato de hoje fazer 6 meses, amanhã fazer 6 meses + 1 dia.

E não faço todas as coisas que as pessoas esperam que eu faça, porque meu relacionamento com ele não era da forma como os outros imaginavam. Era maior; e as minhas lembranças dele estão em tudo que sou. Eu simplesmente vivo a dor entre mim e eu mesma.
A data em si de 6 meses, 10 meses ou um ano não fazem diferença alguma.Porque a falta que ele me faz dói TODOS os dias.
Doeu em julho no seu aniversário, doeu em agosto no dia dos pais. Doeu domingo passado na hora do almoço e ontem quando o JEC ganhou.
Vai doer daqui alguns dias no meu aniversário. O primeiro sem ele. Vai doer todos os dias sem diferença alguma...

E o que eu faço? Vou vivendo um dia de cada vez. Uma hora de cada vez. Um minuto de cada vez.
Eu simplesmente vivo a dor entre mim e eu mesma.
E tento me lembrar antes de dormir fazendo uma oração por ele, o sangue dele correndo nas minha veias, eu tendo a mesma boca, o mesmo jeito de dirigir.
Simplesmente porque eu sei cada comentário que ele faria pra cada situação, sei a carinha que ele faria pra cada cena cuja a graça trocávamos como olhares.
Sou tão incrivelmente parecida com ele e tão assustadoramente diferente.

E o fato de todos a minha volta pensarem que estou sendo forte é um grande equívoco.
O tempo passa lentamente e enfim estou aprendendo a te dizer ADEUS...


Nota: Foi a primeira vez que escrevi algo sobre sua morte. Ainda é difícil expressar em palavras os meus sentimentos.
Mas como todo o resto, aos poucos vou lidando com tudo isto que chamam LUTO