sábado, 16 de maio de 2009

O AMOR NOS TEMPOS DE HOJE

O AMOR NOS TEMPOS DE HOJE
Martha Medeiros ( Zero Hora/ 22 de março de 2009)

Da televisão, ele sumiu, evaporou.
Da internet ele nunca chegou.
Nas páginas de revista, faz tempo que não dá as caras.
Foi trocado pela paixão instantânea e pelo sexo ocasional.
O amor, lembra?
Os casais se unem por desejo, oportunidades, conveniência...
Todos querem se apaixonar amanhã e somar um nome a mais no seu currículo pessoal de aventuras.
Cultivar o amor, pra sempre?
Nem pensar...
O amor deixou de ser inspirados.
Já deu os versos que tinha que dar.
O amor demora muito para se estabelecer e depois dura demais.
Quem tem paciência e tempo, hoje, para se dedicar a uma só pessoa?
Amor faz sofrer, chorar, angustiar...
O amor é díficil de se concretizar da maneira como o idealizamos.
Todo amor parece impossível, tanto em livros como na vida real.
E talvez esteja aí a razão da sua forma e mistério e do medo que ele nos provoca.
Amor é mais exigente que a paixão: ele pressupõe a reconstrução de duas vidas apartir de um olhar!
Enquanto a paixão se esgota e não quer o amanhã, o amor é ambicioso, se pretende eterno, e para pavimentar essa eternidade não se mede esforços.
É um chamado interno do coração, o amor abre os olhos e paixão os fecha.
O amor é uma loucura disfarçada de sanidade.
Se não fosse uma loucura, o amor não seria o que é, profundo, rebelde e transformador.
Amar é a transgressão maior.
É quando rompemos com a nossa solidão para inaugurar uma vida compartilhada e inédita.
Isso é ou não é uma doideira?
O amor e autodesconhecimento, você começa a conviver com quem se ama...
Diante dessa página em branco, somos obrigados a nos passar a limpo...
Todos nós já tivemos chance de amar uma ou várias vezes.
Amores curtos, mas inesquecíveis..
Amores que terminaram, naufragaram, mas que nos amadurecem
Amores duradoros, que não acabaram
Todos eles nos incentivam a continuar a tentar, porque de amar ninguém desiste.
O desprestígio do amor talvez venha da pressa de viver, da urgência dos dias, da necessidade de aproveitar cada instante: é como se o amor fosse um impedimento para o prazer.
Francamente o que se aproveita, de fato, quando não se sente coisa alguma.
Do que se conclui, que o amor nunca será cafona, pois nada é tão revolucionário e poderoso do que, o que a gente sente.
Nada, nem mesmo o que a gente pensa

Um comentário:

  1. É, sou apaixonado por ti, agora estou convencido disto!!!! Poderia ser otimo estar apaixonado poderia ser como eu sempre imaginei... mas o turbilhao de sentimentos que me prendem a ti me causam mais dor do que prazer, e assustadoramente nao consigo nao sentir vontade de ti ter como minha mulher, alguns dizem que isso é amar, é nao entender o porque que nao conseguimos ficar longe da pessoa amada. Hoje quando te vi sorrindo pensei que tudo poderia ter sido diferente. beijo

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