quarta-feira, 18 de junho de 2014

Eu, cais

Eu sempre fui sozinha.
Desde pequena a maioria dos meus momentos eram solitários.

Isso nunca me incomodou. Sempre tive um mundo tão vasto dentro da minha cabeça que solidão não seria a palavra ou o estado apropriado para descrever.

Com o passar do tempo eu não fui simplesmente me acostumando com isso. Eu fui gostando disso.

Eu amo estar sozinha, amo meus momentos, simplesmente adoro esses meus momentos de solidão compartilhada com muitas de mim.
Porque não sou uma pessoa só. Não mesmo.

Talvez por isso, por haver tantas Manuelas , é que me adapto a tantas pessoas e grupos diferentes. Passeio entre diferentes mundos e sempre me sinto parte deles.
Passeio e viajo pra diferentes países e sempre há uma parte se mim que se encaixa.

Alguns podem sugerir que por ser assim eu não saiba de fato quem sou.
Bobagem.
Eu sempre sei que sou aquela que ama sua solidão. Sua própria companhia.
É aquela Manuela por quem eu me apaixono todos os dias. É onde sou a melhor versão de mim mesma, sou completa de verdade.
Posso ir ao cinema e curtir imensamente um bom filme.
Posso jantar num bom restaurante e me sentir conectada com outras pessoas.
Posso passear por uma rua qualquer e ter boas conversas comigo mesma.
Tudo isso sozinha. E feliz.

Já ouvi de pessoas que gosto que isso é loucura. Mas meu prazer de estar em minha própria cia não me impede de socializar com o mundo.
Tenho família, um namorado, bons amigos pra partilhar dos mais variados momentos. Tenho clientes que visito todos os dias e tenho meus gatos de estimação que estão sempre juntos a mim quando estou em casa.

Mas nada disso muda ou interfere na minha boa e própria companhia. Aliás só acrescenta. Porque é pra mim mesma que eu volto toda vez que preciso recarregar minhas baterias.
É a mim mesma que saúdo com os melhores momentos de real descanso.

Não sou O "porto seguro," mas sou um excelente cais.

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