sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Devaneios de um EX AMOR

Devaneio (Alexsander)

Eu queria que ela fosse mais doce, mais calma, mais tranqüila quanto a
nós.
Eu não sei mais o que fazer; ela me sufoca, me puxa, me amassa,
e eu fico nessa indecisão de vida, nesse dilema,sem saber se vou ou se
fico.
Ao mesmo tempo, me envolve com seus braços firmes, apertados em minha
volta.

Se pudesse pediria a ela que beijasse minhas mãos.
Como se nós dois nascêssemos irmãos.Beija - mas bem!
Assim guardaria em minhas mãos os beijos que sonhei pra minha boca.

Sou um bebê em seu colo, sou seu jogo. Mas quando consigo fugir do seu
olhar de medusa
e me afastar, o que eu vejo é uma pessoinha tão frágil,
tão tão pequena, que me sinto um ladrão, um estuprador,
um canalha irresponsável por não estar cuidando bem dela.

Mas o que é cuidar bem? Ninguém me ensinou, eu não sei,
quando a conheci, eu ingênuo ela encantadora,
nunca pensei que tivesse que carregar um fardo;
nunca pensei que o brilho de seus olhos e seu irradiante sorriso me
seriam pesados.

Ela, essa mulher menina, também me é um fardo, e eu queria que ela
fosse leve como o pão-de-ló de minha avó.
Queria que ela fosse forte como meu pai, decidida como minha mãe,
que me arrebatasse e não me desse escolha
- que eu não pudesse pensar tudo isso que penso dela,
porque ela é meu caos, minha confusão, e eu quero - acho que quero - a
calmaria,
o meio-dia no deserto, meu rosto em seu peitoe aquele sono que nos
embala nos braços.

Preciso resolver. Varo noites e noites, não consigo relaxar,
e abro a janela com fúria, quero sair, quero sumir,
pego o telefone mas não ligo pois ela,
em sua casa de solteira organizada, deve estar dormindo e dormindo,
talvez tendo sonhos, que nem sei quais são –porque não a conheço.

Nunca a olhei como uma entidade única,
distante e separada de mim. Se tu me perguntas agora como são as
curvas do seu corpo, se ela usa óculos ou não, se ela mastiga de
boca aberta, se dorme cedo, se gosta de pentear os longos (curtos?)
cabelos eu não sei, não sei, nunca estive com ela a não ser aqui, bem
aqui dentro. Minha criação para confundir meu mundo.


Resposta ao seu Devaneio (Manuela)

Não se engane. Posso der doce, calma e tranquila pra você. Só que apenas
escolhi momentâneamente ser, aquilo que me impulsiona pros seus braços,
pelo simples fato de me sentir sua.
Tenho consciência da sensação de sufocamento que posso causar. As vezes
até mesmo EU me odeio por isso....Por ser tão coração.
Mas só queria que você coubesse no meu abraço, e uma vez ali, não fosse
embora nunca mais.
Queria te prender, mas não pelo nado negativo da ação, mas pelo simples
fato de não te perder nunca.
(...)
Sim! Eu beijarei suas mãos. Beijarei seu rosto, seus olhos, sua boca.
Beijarei tanto que talvez você perceba...É minha forma de te pertencer.
Ou melhor, de te mostrar que comigo estará seguro.
(...)
Sim, sou frágil. Sou pequena, sou de cristal. Sim! Há você que tomar
cuidado para não me soltar. Não aguentaria a queda. Mas veja, isso não é
um fardo, pois, por você posso ser tão forte como o aço, tão marcante
como o fogo sem perder a doçura e suavidade que a ti aprazem.

(...)

Quero ser o vento que bate em seu rosto, quero ser a chuva que te molha
o corpo, mas sem contudo bagunçar teu mundo, sem com isso te
enfraquecer.
Não! O amor não é isso. O amor é uma coisa boa. Acredite. É uma ternura
e um destino pelo qual vale a pena percorrer essa estrada.
(...)

Resolva meu amor. Resolva ser amado pelo meu coração, da forma mais
simples e perfeita que te posso oferecer. Pois afinal, tu já me ligas
todos os dias, pensas em mim por alguns minutos antes de dormir e isso
já significa algo pelo qual vale a pena se entregar.

(...)
Não sou alguém distante de você. Não estamos separados dentro de nós.
Somos, ambos, nossas criações, nossas confusões, nossas turbulências.
É claro que eu também não sei se você come de boca aberta, se lê antes
de dormir, amarra os cadarços do tênis - ou se quer se você tem um tênis
para amarrar o cadarço.
Não sei onde tu mora, não sei se pertenceria a esse seu lugar tampouco.
O que eu sei é que tudo em você me intriga. E que ao seu lado as coisas
se tornam mais claras e mais confusas , se transformam em cores e em
cinza e tudo passa a perder o sentido lógico dos clichês patéticos dos
quais quero distância. Pelo menos pra mim, toda essa loucura é válida.

Acredite. Você me conhece.
O seu medo é não mais conseguir se enxergar sem uma parte de mim ao seu
lado.
E isso é aquilo que vale a pena no final.


Esses textos fizeram parte de uma época muito especial e interessante da minha vida!
Saudades desse bom amigo!
Alex!
Onde vc estiver, fique com Deus!!

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