(...)
E foi pelo seu jeito de cuidar. De me cuidar. De perto, de longe, com os braços ao meu redor e só com os olhos. Eu nunca precisei de ninguém, mas de alguma forma eu me vi precisando do seu cuidado. E você me ganhou ali, quando viu a minha parte não-tão-segura-assim escondida por trás de paredes que aprendi a construir nas telas, talvez por falta de cor, talvez por falta de aquarela. Pena que me fiz em uma redoma de vidro que você quebrou.
(...)
Foi porque você me desarmou (e me deixou te desarmar por completo). E nós dois ficamos desnudos e de peito aberto para o que a gente resolveu viver. Assim, contra tudo e contra todos – até contra nossos nós e nossas personalidades que não sobreviveriam no Coliseu.
(...)
Foi, principalmente, porque você não fez questão. Não gritou que me amava e, por isso, sem querer, derrubou os obstáculos. Me quebrou inteirinha para, depois, me reconstruir encaixando com você. E aí, parou de lutar e me deixou te fazer só meu.
Entendeu?
Foi por isso.
Foi por isso que eu escolhi você.
Karine Rosa
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