Cortar o que nos faz mal.
Parece tão simples retirar das nossas vidas, pessoas e circunstâncias que não nos fazem bem, assim como se tira o lixo pra fora.
Cortar a diálogo e a convivência com aquilo que racionalmente já entendemos que não faz parte do plano que vc tem pra sua vida.
Parece tão simples.... Mas não é. Nem um pouco...
E fica ainda mais difícil quando você apaga, bloqueia, evita e mesmo assim, quando menos espera aquilo volta a te assombrar. Bêbado. Convenientemente no fim de uma noite onde algo não deu certo e ele resolve mostrar segundos de fraqueza.
Daí tudo fica confuso e ainda mais dolorido...
Esquecer uma história é um exercício diário de multifacetadas tentativas. De pegar aquele corte, abrir e fazê-lo sangrar quando a cicatrização custa. Na medicina chamamos de cicatrização de segunda intenção. A primeira não deu certo então vc vai lá, abre de novo, expõe o corte e diariamente cuida da ferida para que ela cure sozinha. No tempo que precisa levar.
Quase sempre demora mais. Mas é o cuidado diário. O sangramento. A exposição. O recomeço. É não se esconder atrás de pontos de sutura, grampos ou ataduras. É deixar lá, aberto, no máximo suavizando com pomada.
E aí você descobre que é uma luta diária. É cada dia botar um pouco pra fora.
A cura não é arrancar tudo de uma vez. Mas ir retirando um pouco mais a cada dia. Hoje limpa uma parte. Amanhã outra.
Vem fechando de dentro pra fora. Adquirindo resistência. Cicatrizando. Fechando o corte. Todo dia. Um pouco mais. Ate sobrar uma linha rosada, fina e superficial. No lugar daquele corte profundo somente uma cicatriz.
Até que um dia vire lembrança aquele tombo que você levou.
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