sexta-feira, 3 de setembro de 2010

O adeus mais difícil.



Como se faz pra deixar pra trás um lugar que você ama?
Como se faz pra deixar uma cidade que você sente uma alegria imensa só de estar andando por suas ruas, em seus parques ou no meio de seu trânsito caótico?

Quando conheci Porto Alegre, foi amor a primeira vista.
Eu me lembro de chegar aqui, e olhar através da minha janela, e ver a cidada meio cinzenta aparecer pra mim.
Estava um céu azul naquele dia, com sol.

E naquele exato momento eu sabia. Estava perdidamente apaixonada por ela.
Senti um calor no coração, como de pertencimento.
Eu estava voltando pra qualquer lugar que se denomina CASA.

Assim é Porto Alegre pra mim.
E agora que estou indo embora eu não sei bem como me sentir.
O desejo de retorno pro lugar do qual vim, nada tem a ver com desejo.

Desejo, amor, pertencimento...é só com Porto.
Cada dia que vai chegando mais perto de ir embora, mais me sinto triste, pq eu simplesmente não sei como fazer....

VOu deixar pedaços de mim aqui.
Vou deixar meu apê, alguns bons amigos. Vou deixar saudade misturada com alegria.



Eu não sei se é de fato um adeus. Nem sei por quanto tempo será.
Mas de uma coisa eu sei. A única cidade que eu amei até hoje e que realmente me fez sentir em casa....foi Porto Alegre.


Um comentário:

  1. NAS RUAS DE PORTO ALEGRE

    Porto Alegre, tuas ruas tem infinitas histórias
    E em todas suas rotas, vejo o poeta e a poesia
    O escrito e o escrevente, descrito nesta memória
    Como o revoar das pombas, das torres da reitoria...
    ~
    Quem me dera, seu eu fosse um filho de Veríssimo
    Ou um neto de Quintana, bem que eu poderia ser
    Para dar-te Porto Alegre, um verso muito ilustríssimo
    E neles ilustrados as suas ruas, em seu lindo amanhecer...
    ~
    Eu bem que poderia ser mais um ipê da Redenção
    E num domingo de Bric, desfolhar-me na Bonifácio
    Anunciando o outono, no final de mais um verão
    Enfeitando de flores, as linhas deste meu prefácio...
    ~
    E de lá iria com o vento, ou quem sabe ele eu seria
    E assim eu correria pelo Guaíba, do Gasômetro à Ipanema
    E assim atravessaria os morros da Glória até a Serraria
    E em Porto Alegre eu me esparramaria, como um simples poema...
    ~
    E minhas palavras chegariam até Moinhos de Vento
    E passeariam pela Goethe até findar-se na Mariante
    E esboçariam em palavras, este meu grande sentimento
    Depositadas em rimas, como uma flor lapidada em diamante...
    ~
    Porto Alegre, quem me dera sê suas ruas falassem
    E no adentrar da noite, suas histórias pudesse me contar
    Falaria-me dos passos na madrugada, como se cantassem
    As Pegadas de Bebeto Alves, nas ondas sonoras soltas no ar...
    ~
    Há em mim um pouco do Menino Deus, andando pela Getúlio
    A também um pouco do Punk, desfilando pela Osvaldo
    Há todo aquele frio do vento na Andradas nas manhas de julho
    E o caminho da Farrapos, do centro até São Geraldo...
    ~
    Porto Alegre, lá me vou pela Borges seguindo a o Beira-Rio
    Ou quem sabe pela Azenha, até o Olímpico Monumental
    O vermelho e o azul, equilibrando-se ao teu meio-fio
    Em nestas suas sendas, a história de um outro Gre-Nal...
    ~
    Nas tuas esquinas, meninos vendem o Correio e a Zero Hora
    Trazem as notícias do que foi ontem, mas não prevêem o futuro
    Ah, Porto Alegre, os meus passos eu firmo em ti agora
    E observo na Mauá, o detalhe de um artista pintado no muro...
    ~
    Ah, Porto Alegre, em tuas ruas um povo que luta e protesta
    Os caras pintadas, colonos sem terra, professores e suas sinetas
    Também há comemoração, tri-legal tuas ruas sempre abertas
    Magia simples, casas antigas, venezianas nas venetas...
    ~
    Porto Alegre, quem me dera morrer, e assim virar poeira
    Esparramando-me pelas solas dos sapatos, nas noites sem lua
    Assim estaria nos seus caminhos planos, até em suas ladeiras
    E me eternizaria feliz, nos ladrilhos de suas ruas ...

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