sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Sobre meu armário de roupas.

Comecei aquele estranho processo do desapego.
Não porque eu precise, não porque eu quero. Mas algumas coisas....sei lá....começaram a ser sentidas como uma necessidade urgente de "deixar ir"

Há alguns dias eu ouvi alguém me dizer: "Desapega Manuela. Se quer encarar uma situação como nova, precisa deixar o velho acabar"
Tá, não foram bem essas palavras que saíram da boca dele, mas foram mais ou menos assim que chegaram aos meus ouvidos.

Quando se ama muito algo ou alguém; quando uma situação está tão dentro de você que te faz parar de pensar direito, e não é correspondida em seus intentos, acredito que o melhor mesmo é deixar acabar. Só que não é uma tarefa fácil, tirar do nosso dia-a-dia, algo que foi tão você nos últimos tempos.

Confesso que eu sou boa nisso. Deve ser algum botão interno que eu acesso quando me concentro e que consegue reunir toda a disposição e força dentro de mim pra tomar decisões difíceis. E tem o lance de eu realmente me divertir a beça com o desconhecido.
Essa característica tão minha de me abrir pro novo e esse vício delicioso do frio na barriga de não saber o que vai acontecer em seguida, me levam a quase sempre aceitar o destino.

Nem sempre é fácil e rápido, preciso ser convencida na maioria das vezes, mas depois que se torna uma necessidade indiscutível...foi!
E a vida me convenceu muito bem.
E ainda convence, cada vez que não nos esbarramos, cada vez que essa ausência cresce, com o passar da horas, dos dias e do tempo.

Está se tornando divertido ficar sem você. E é aí que o processo do desapego começa.
Pequenas modificações diárias na conduta, na disposição dos móveis, no que eu vou fazer de almoço ou mesmo pra que lado eu viro na rua.
Vou mudando o que era comum, troco as músicas do meu pen drive, crio hobbies novos e novas amizades.

Ou faço o que estou fazendo agora. Tiro tudo do armário e reorganizo minhas roupas.

Putz!
Já estou no armário? Sério mesmo??
Então a "coisa" é mais certa do que eu imaginava.
E o processo de desapego mais sério do que eu poderia imaginar.

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